Adubação de pastagem não é
gasto, é investimento! Adubação bem-feita aumenta em até 4x lotação no
pasto
A adubação de pastagens
não envolve somente os conceitos sobre nutrição de plantas.
Para resposta econômica da adubação há necessidade
de se conhecer o manejo das pastagens e dos animais.
Definir o nível de competição da planta invasora, o método e a época de
realizar esse controle, determinar a área a ser adubada e a taxa de lotação
possível de manter em áreas não adubadas de modo a garantir sua
sustentabilidade.
Sem a integração de conhecimentos próprios da
exploração pecuária torna-se mais difícil difundir a tecnologia da adubação de
pastagens.
Objetivos
do produtor devem ser realistas e seguir um planejamento.
Fonte: DBO, adaptado Equipe
IEPEC
De olho na gestão da fazenda e na nutrição do gado, o pecuarista pode mensurar os benefícios de fazer uma adubação.
Quando bem planejada, a estratégia pode dobrar, triplicar ou até
quadruplicar a lotação por hectare.
Tudo
depende do ponto de partida.
“Se você considerar pastagens degradadas com lotação de 0,5 cabeça/ha, com a calagem e adubação você consegue aumentar muito isso”.
“Agora, tratando-se de pastagem recém-formada,
em área de rotação com agricultura, a situação já é diferente”, afirma Marcelo
Pereira, engenheiro agrônomo e técnico na transferência de tecnologia da
Embrapa Gado de Corte.
Segundo ele, os objetivos do
produtor devem ser realistas, e seguir um
planejamento.
De nada adianta intensificar e não olhar para todo o sistema
produtivo.
Porque uma adubação sem planejamento pode aumentar a produção de
forragens, mas também aumentar o déficit da oferta de alimento entre o período
de chuvas e a seca, diz.
Antes de mais nada, a recomendação é ter foco no médio prazo,
nos meses em que cessam as chuvas:
Saber quando vai vender a boiada, se
vai suplementar, confinar, deixar uma pastagem diferida para quando diminuir a
oferta de capim.
Quando adubar?
Dito isso, Pereira afirma que, a partir do planejamento do sistema de
produção, o que vai determinar se a propriedade precisa ser adubada,
e em que nível, é uma análise de solo.
As adubações podem ser feitas tanto na formação
da pastagem quanto, mais tarde, na manutenção da sua
fertilidade.
A adubação de formação pode ser iniciada no final de um
período chuvoso, com a aplicação de calcário, ou logo antes do início do ciclo
das águas. Em agosto é o limite para o produtor se decidir por iniciar o
processo.
Feita a calagem, aplicação de calcário,
ele deve aguardar o início das chuvas para preparar o solo e, então, entrar com
a adubação e semeadura da nova forrageira”, afirma o engenheiro agrônomo.
A adubação de manutenção segue outro calendário. “É ela
que você vai procurar fazer quando identifica que a produtividade caiu ou
mediante cálculo periódico dos níveis de extração”, diz.
Os níveis de extração referem-se tanto aos nutrientes
extraídos pela produção de forragem e consumo animal quanto
por fatores naturais.
Pereira lembra ainda da necessidade de preservar os níveis não
só de macronutrientes – N, P, K, magnésio, enxofre, cálcio – mas
também de micronutrientes – ferro, manganês, zinco etc.
Em sistemas mais intensivos, como pastejos rotacionados,
o acompanhamento da fertilidade do solo deve ser mais frequente,
assim como as adubações de manutenção, preferencialmente todo ano.
Manejo
Pereira observa que a adubação está muito ligada ao manejo intensivo e
que monitorar o estágio de desenvolvimento do capim é
fundamental.
“Conforme aduba, você favorece o crescimento da planta, então tem que
ter uma contabilidade bem-feita do seu banco de biomassa e da
sua capacidade de colheita”, afirma.
Caso contrário, o capim pode passar do ponto, reduzindo seu
valor nutritivo e palatabilidade.
Na ponta do lápis, o pecuarista pode considerar que cada animal consome,
em média, de 1 a 3% de seu peso vivo em matéria seca de alimento diariamente.
A partir do consumo das diferentes categorias animais é
possível estimar a área total de pastagem demandada e qual a necessidade de
pastos com maior intensificação.
Vantagens adicionais
“Isso acontece porque o solo fica melhor coberto e a pastagem mais
competitiva”, afirma Pereira.
Outro destaque é o aumento do teor de matéria orgânica do solo.
O fertilizante em si não traz matéria
orgânica, porém, como ele aumenta a produção de biomassa, seja direta ou
indiretamente (no caso do esterco), parte dessa matéria orgânica acaba sendo
incorporada ao sistema.
O que pode proporcionar benefícios como: melhor retenção de água,
aumento da ação de microrganismos e melhoria da estruturação do solo, podendo
reduzir, inclusive, processos de degradação.
Custo
O maior gasto com adubação se dá com a compra de fertilizantes.
Recentemente, em uma área com alta deficiência de nutrientes e na qual
se queria intensificar a produção.
Pereira conta que foi recomendado uso de 450 kg de NPK/ha
para adubação de formação e duas coberturas em um ano, totalizando, na região
de MS, um gasto de cerca de R$ 700/ha.
Além do custo do adubo, que gira em torno de R$ 1.400/ton, o
produtor tem que arcar com despesas menores: análise de solo, assessoria
de um engenheiro agrônomo, equipamento, mão de obra
para aplicação.
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