segunda-feira, 23 de novembro de 2015

CHEGADA DA LAMA AO MAR - ESPÍRITO SANTO - BRASIL.


Barreira de 9 km não impede chegada de lama ao mar no ES
Segundo Comitê da Bacia do Rio Doce, resultado já era esperado.
Já Samarco disse que eficiência das barreiras chegou a ser de até 80%.
A barreira de 9 km montada na Foz do Rio Doce, em Regência, Linhares, Norte do Espírito Santo, não foi suficiente para impedir a lama de se espalhar pelo mar na região. Segundo o vice-presidente do Comitê da Bacia do Rio Doce, Carlos Sangalia, o resultado já era esperado, já que o material não é apropriado para segurar água.
Já a Samarco informou que a eficiência das barreiras instaladas nas áreas protegidas chegou a ser de até 80% se comparada a cor da água no estuário, que é o local de encontro do rio com o mar, com o canal principal do rio.
A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco - cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton - em Mariana(MG) chegou ao mar neste domingo (22), após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, segundo o Serviço Geológico do Brasil.
De acordo com Carlos Sangalia, o material de que são feitas as boias não é apropriado para conter água ou barro. “Tentou-se adequar, mas esse material não segura a água, não tem como. É mais para impedir algum material suspenso, que vem por cima da água, algo mais grosso, para que seja direcionado para a foz do rio”, destacou.
Apesar disso, para a Samarco, mesmo deixando água suja passar, as boias tiveram a eficiência esperada. “Existe um parâmetro que a gente está medindo chamado turbidez, que avalia o quanto a água está turva ou não. Lá no canal principal, as medidas foram de 2,5 mil. Aqui na região (foz em Regência), tivemos resultados de até 500. Então, é 20% do material que está lá no canal principal”, afirmou o representante da mineradora Alexandre Souto.

Ministra
Acompanhada pelo governador 
Paulo Hartung, na tarde desta segunda-feira (23), às 15 horas,  a  ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, visita o município de Linhares, localizado na região norte do Estado, para acompanhar as ações emergenciais que estão sendo realizadas  por conta dos rejeitos de lama que castigam o Rio Doce desde o rompimento da barragem de minério, em Mariana (MG).

Segundo o governo do estado, a vinda da ministra ao Estado foi combinada  na última quarta-feira (18), no Palácio do Planalto, em Brasília,  durante reunião de trabalho de Hartung com a presidente
Dilma Rousseff, o governador de Minas GeraisFernando Pimentel e ministros. O encontro foi a primeira reunião do Comitê de Gestão e Avaliação de Respostas ao desastre no Rio Doce.

Abrolhos
Nesta sexta-feira (20), Izabella Teixeira garantiu que não há risco da lama das barragens de Mariana chegar ao Arquipélago de Abrolhos. As ilhas estão localizadas no Oceano Atlântico, no litoral da 
Bahia. “Não há expectativa de que vá chegar a Abrolhos e os dados preliminares desse modelo dá uma pluma de dispersão de lama de seis quilômetros ao norte, ou seja, Abrolhos está a 250 quilômetros”, diz a ministra.
Ação conjunta
Os governos do Espírito Santo e Minas Gerais, juntamente com o Governo Federal se articulam para entrar com ação conjunta na Justiça contra a mineradora Samarco,  empresa responsável  pelos danos causados ao ecossistema do Rio Doce após rompimento da barragem Fundão,  em Mariana (MG). Uma reunião com a Advocacia-Geral da União (AGU) foi marcada para esta terça-feira (24), em Brasília.

O governador Paulo Hartung explica que desastres ambientais no mundo já mostraram que a saída em casos assim é a ação conjunta. "O modelo que está sendo levado em consideração é o que foi adotado por Estados, cidades e o governo americano, que unificaram procedimentos jurídicos contra a British Oil, por causa do derramamento de petróleo no Golfo do México, em 2010", exemplifica.

Neste episódio, a empresa foi condenada a pagar US$ 20,7 bilhões de indenização ao governo dos Estados Unidos e a cinco Estados - Louisiana, Mississippi, Alabama, Texas e Flórida - pelo desastre ambiental que deixou 11 mortos. “Vamos ampliar a coordenação entre os governos e nossas procuradorias, para que haja maior convergência no campo jurídico”, adianta Hartung.

O desastre ambiental em Mariana, considerado o maior já ocorrido no Brasil, deixou, até agora, sete mortos. Quatro corpos ainda não foram identificados e 12 pessoas, entre moradores e empregados da Samarco, estão desaparecidas. A lama que vazou com a queda da barragem, depois de destruir Bento Rodrigues, atingiu o Rio Doce via afluentes, chegado ao Espírito Santo. No caminho, os rejeitos de minério de ferro arrasaram fauna, flora e deixaram moradores de cidades ribeirinhas sem água. Hidrelétricas tiveram o funcionamento suspenso.
Opiniões
Para o secretário geral da ONG Transparência Capixaba, Edmar Camata, os agentes políticos que estão à frente do debate não têm competência para dar as respostas adequadas sobre o problema ambiental, porque não são imparciais. Camata ressaltou que a atividade de exploração de minério no país é sustentada por um tripé: regulamentação omissa, fiscalização frágil e intervenção fácil nos órgãos de fiscalização.
“A regulamentação é omissa porque não existem marcos regulatórios bem claros; fiscalização frágil, já que não adianta falar em multa de R$ 250 milhões, se a gente sabe que um percentual dela, além de não voltar para tratar o dano que foi causado, é recolhido pelo Ibama; e a intervenção fácil é explicada porque esses órgãos de fiscalização não são agências reguladoras, são órgãos que, do dia para a noite, tira-se dirigente, muda-se o superintendente e até o dirigente nacional”, pontuou.
Segundo Camata, o que acontece é um ciclo de grandes corporações, muito dinheiro e uma exploração de commodities, exportados de forma barata para o mundo todo. Para ele, o ciclo é sustentado pelo financiamento empresarial de campanhas políticas.  “Os agentes políticos que estão à frente desse debate trazem respostas como se elas tivessem sido muito debatidas. Eles deveriam, na verdade, fazer uma reflexão republicana e ver que não são imparciais para dar essas respostas. Precisamos trazer os melhores pesquisadores, ampliar o debate com a sociedade, para que a gente saiba exatamente de que tipo de dano a gente está falando”, afirmou o representante da Transparência Capixaba.
O padre Kelder Brandão contou que realizava um grupo de estudo interdisciplinar sobre a crise hídrica, quando sobreveio a tragédia em Mariana. De acordo com ele, o acontecimento explicitou a omissão e conivência do poder público com o mau uso dos recursos naturais. “Isso acontece em função do financiamento de campanha, da autorregulamentação das empresas privadas. É um conjunto de fatores que fazem com que a população sofra com a estiagem e, agora, com essa tragédia que mostra a morte do Rio Doce”, disse.
Segundo o padre, um dos principais problemas na questão da administração da tragédia é a arrogância e ignorância das autoridades. “A empresa não sabia nem se a lama ia chegar ao Rio Doce. Temos que conscientizar a sociedade que está nas mãos dela reverter esse quadro, porque o poder público e a iniciativa privada não têm interesse e não demonstram vontade em solucionar os problemas sociais e ecológicos que dizem respeito à vida da população”, opinou.


ROMPIMENTO BARRAGEM EM MARIANA-MINAS GERAIS - BRASIL





Barreira de 9 km não impede chegada de lama ao mar no ES
Segundo Comitê da Bacia do Rio Doce, resultado já era esperado.
Já Samarco disse que eficiência das barreiras chegou a ser de até 80%.
A barreira de 9 km montada na Foz do Rio Doce, em Regência, Linhares, Norte do Espírito Santo, não foi suficiente para impedir a lama de se espalhar pelo mar na região. Segundo o vice-presidente do Comitê da Bacia do Rio Doce, Carlos Sangalia, o resultado já era esperado, já que o material não é apropriado para segurar água.
Já a Samarco informou que a eficiência das barreiras instaladas nas áreas protegidas chegou a ser de até 80% se comparada a cor da água no estuário, que é o local de encontro do rio com o mar, com o canal principal do rio.
A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco - cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton - em Mariana(MG) chegou ao mar neste domingo (22), após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, segundo o Serviço Geológico do Brasil.
De acordo com Carlos Sangalia, o material de que são feitas as boias não é apropriado para conter água ou barro. “Tentou-se adequar, mas esse material não segura a água, não tem como. É mais para impedir algum material suspenso, que vem por cima da água, algo mais grosso, para que seja direcionado para a foz do rio”, destacou.

Apesar disso, para a Samarco, mesmo deixando água suja passar, as boias tiveram a eficiência esperada. “Existe um parâmetro que a gente está medindo chamado turbidez, que avalia o quanto a água está turva ou não. Lá no canal principal, as medidas foram de 2,5 mil. Aqui na região (foz em Regência), tivemos resultados de até 500. Então, é 20% do material que está lá no canal principal”, afirmou o representante da mineradora Alexandre Souto.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O RIO AMARGO QUE CORRE PARA O MAR - MINAS GERAIS - BRASIL

Sustentabilidade
Tragédia em Mariana
O rio Amargo que corre para o mar
Rio Doce poderá levar décadas para se recuperar, mas forças poderosas se unem para minimizar o papel da Samarco na tragédia em Mariana (MG)
No dia 6 de novembro uma represa de dejetos de mineração se rompeu em Bento Rodrigues, na cidade de Mariana. Seis mortos, 21 desaparecidos, centenas de casas destruídas e quase uma semana depois nenhuma autoridade de primeiro escalão do Governo Federal se pronunciou a respeito.
A assessoria do Ministério do Meio Ambiente disse que a ministra Izabella Teixeira, está esperando relatórios do presidente da Agência Nacional de Água, Vicente Andreu Guillo e da presidente do Ibama, Marilene Ramos que viajam nesta quarta-feira para a região. Do Palácio do Planalto nenhum ruído, nem para anunciar um possível apoio do Programa Minha Casa Minha Vida aos desabrigados, ou coisa semelhante.
A empresa responsável pelo desastre é a Samarco, uma joint venture entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que veio a público com os protocolares discursos sobre as medidas que prevenção que são tomadas, mas que há sempre elementos de imprevisibilidade, que está apoiando os desabrigados etc, etc... Tudo o que uma boa assessoria de comunicação em gestão de crises manda fazer.
O jornalista Alceu Luís Castilho, em seu blog no site Outras Palavras, fez uma lista de quem são os controladores das empresas envolvidas, uma parte importante do PIB brasileiro e mundial. Talvez por isso, em tempos de crise econômica, se está esquecendo a amplitude política desse desastre que atravessou parte de Minas, todo o Espírito Santo e vai desembocar no Oceano Atlântico.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Altamir Rôso, disse que a empresa “também é uma vítima” e acrescentou em entrevista ao site mineiro Hoje em Dia que “fiscalizar esse tipo de empreendimento não deveria ser função do Estado, que isso poderia ser passado para a iniciativa privada”. Declaração tão surpreendente quanto o fato de o governador Fernando Pimentel ter utilizado uma instalação da Samarco para montar uma coletiva de imprensa.
Outro elemento dessa ópera bufa que está tornando amargo o rio Doce, já expurgado da razão social da Vale, é a preocupação do prefeito de Mariana, Duarte Júnior, que no último dia 9 já demonstrava preocupação em relação ao futuro da empresa em sua cidade, já que a mineração responderia por 80% da arrecadação do município.
Do ponto de vista técnico, não há dúvidas sobre o imenso trabalho que está sendo realizado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e pelas equipes de Defesa Civil, além de voluntários de toda ordem, que oferecem trabalho e donativos. Mas o que está em questão é a atitude (ou falta dela) política. Nessa hora os principais atores do Governo Federal, diga-se a presidente Dilma, já deveriam estar na região e mobilizando esforços para apoiar a sociedade. A empresa, ora a empresa, essa que se vire com os técnicos e com o Ministério Público.
O governo acionou seus canais burocráticos enquanto a população de Bento Rodrigues sangra.
No final tudo se esvai no esquecimento, inclusive que está em tramitação no Congresso Federal o novo Código de Mineração, PL 5807/2013, que dá à união 12% dos royalties do setor, 23% aos governos estaduais e 65% do dinheiro aos municípios. Como já dizia um famoso delator: “siga o dinheiro”.

PEIXES MORTOS NO LEITO DO RIO DOCE: MORADORES E PESCADORES RELATAM CENÁRIO DE HORROR AO LONGO DO SEU CURSO (FOTO: ASSOCIAÇÃO DOS PESCADORES E AMIGOS DO RIO DOCE)




OS EFEITOS DO DESASTRE QUE A MÍDIA ESCONDE - RIO DOCE - BRASIL



VALE: Os efeitos dramáticos do desastre ambiental que a mídia esconde.
Esta sopa de lama tóxica que desce no rio Doce e descerá por alguns anos toda vez que houver chuvas fortes e irá para a região litorânea do ES, espalhando-se por uns 3.000 km2 no litoral norte e uns 7000 km2 no litoral ao sul, atingindo três UCs marinhas – Comboios, APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz, que juntos somam uns 200.000 ha no mar.

Os minerais mais tóxicos e que estão em pequenas quantidades na massa total da lama, aparecerão concentrados na cadeia alimentar por muitos anos, talvez uns 100 anos.

RVS de Santa Cruz é um dos mais importantes criadouros marinhos do Oceano Atlântico. 
1 ha de criadouro marinho equivale a 100 ha de floresta tropical primária.

Isto significa que o impacto no mar equivale a uma descarga tóxica que contaminaria uma área terrestre de de 20.000.000 de hectares ou 200.000 km2 de floresta tropical primária.

E a mata ciliar também tem valor em dobro. 

Considerando as duas margens são 1.500 km lineares x 2 = 3.000 km2 ou 300.000 ha de floresta tropical primária.

Vocês não fazem ideia!

O fluxo de nutrientes de toda a cadeia alimentar de 1/3 da região sudeste e o eixo de ½ do Oceano Atlântico Sul está comprometido e pouco funcional por no mínimo 100 anos!
Conclusão: esta empresa tem que fechar.

Além de pagar pelo assassinato da 5ª maior bacia hidrográfica brasileira.

Eles debocharam da prevenção e são reincidentes em diversos casos.

Demonstram incapacidade de operação crassa e com consequências trágicas e incomensuráveis.

Como não fechar?

Representam perigo para a segurança da nação!

O que restava de biodiversidade castigada pela seca agora terminou de ir.

Quem sobreviverá?

Quais espécies de peixes, anfíbios, moluscos, anelídeos, insetos aquáticos jamais serão vistas novamente?

A lista de espécies desaparecidas foram quantas?

Se alguém tiver informações, ajudariam a pensar.

Barragens e lagoas de contenção de dejetos necessitam ter barragens de emergência e plano de contingência.

Como licenciar o projeto sem estes quesitos cumpridos?

Qual a legalidade da licença para operação sem a garantia de segurança para a sociedade e o meio ambiente?

Sendo Rio Federal a juridição é do governo federal, portanto os encaminhamentos devem serem feitos ao MPF.

André Ruschi é pesquisador da Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi, em Aracruz, Santa Cruz, ES.


DENÚNCIA DE PESQUISADOR SOBRE ASSASSINATO DO RIO DOCE - MINAS GERAIS-BRASIL

André Ruschi denuncia “assassinato da 5ª maior bacia hidrográfica brasileira”, diz que Samarco precisa ser fechada e critica uso do mar para dispersão da poluição
Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
O biólogo André Ruschi, diretor da escola Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi, em Aracruz (ES), defende o fechamento da Samarco, mineradora responsável pelo rompimento da barragem de resíduos em Mariana (MG). Ele usou uma rede social para falar do impacto em três Unidades de Conservação, em particular o Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz, um dos mais importantes criadouros marinhos do Oceano Atlântico.
“O fluxo de nutrientes de toda a cadeia alimentar de 1/3 da região sudeste e o eixo de ½ do Oceano Atlântico Sul está comprometido e pouco funcional por no mínimo 100 anos”, afirma. Ele aponta “assassinato da quinta maior bacia hidrográfica brasileira”, diz que a empresa é reincidente e debochou da prevenção.
Ele também critica o licenciamento para o projeto: “Barragens e lagoas de contenção de dejetos necessitam ter barragens de emergência e plano de contingência. Como licenciar o projeto sem estes quesitos cumpridos?”
Em outra publicação ele fala sobre o “mar de lama” que se tornou a enxurrada de resíduos da Samarco: “Não seria melhor evitar que a lama chegasse ao mar?
Quem teve a brilhante ideia de abrir as comportas das barragens rio abaixo em vez de fechá-las para conter a lama e depois retirar a lama da calha do rio? Quem ainda pensa que o mar tem o poder de diluição da poluição? Isto é um retrocesso da ciência de mais de um século!”
Vejam o depoimento inicial dele, conforme publicado em sua página no Facebook:
“Esta sopa de lama tóxica que desce no rio Doce e descerá por alguns anos toda vez que houver chuvas fortes e irá para a região litorânea do ES, espalhando-se por uns 3.000 km2 no litoral norte e uns 7.000 km2 no litoral ao sul, atingindo três Unidades de Conservação marinhas – Comboios, APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz, que juntos somam uns 200.000 km no mar.
Os minerais mais tóxicos e que estão em pequenas quantidades na massa total da lama, aparecerão concentrados na cadeia alimentar por muitos anos, talvez uns 100 anos.
RVS de Santa Cruz é um dos mais importantes criadouros marinhos do Oceano Atlântico.
Um hectare de criadouro marinho equivale a 100 quilômetros de floresta tropical primária. Isto significa que o impacto no mar equivale a uma descarga tóxica que contaminaria uma área terrestre de de 20 milhões de hectares ou 200 mil km2 de floresta tropical primária. E a mata ciliar também tem valor em dobro.
Considerando as duas margens, são 1.500 km lineares x 2 = 3.000 km2 ou 300 mil hectares de floresta tropical primária.
Vocês não fazem ideia.
O fluxo de nutrientes de toda a cadeia alimentar de 1/3 da região sudeste e o eixo de ½ do Oceano Atlântico Sul está comprometido e pouco funcional por no mínimo 100 anos!
Conclusão: esta empresa tem que fechar.
Além de pagar pelo assassinato da 5ª maior bacia hidrográfica brasileira. Eles debocharam da prevenção e são reincidentes em diversos casos. Demonstram incapacidade de operação crassa e com consequências trágicas e incomensuráveis. Como não fechar? Representam perigo para a segurança da nação!
O que restava de biodiversidade castigada pela seca agora terminou de ir. Quem sobreviverá? Quais espécies de peixes, anfíbios, moluscos, anelídeos, insetos aquáticos jamais serão vistas novamente? A lista de espécies desaparecidas foram quantas? Se alguém tiver informações, ajudariam a pensar.
Barragens e lagoas de contenção de dejetos necessitam ter barragens de emergência e plano de contingência. Como licenciar o projeto sem estes quesitos cumpridos? Qual a legalidade da licença para operação sem a garantia de segurança para a sociedade e o meio ambiente?
Sendo Rio Federal a jurisdição é do governo federal, portanto os encaminhamentos devem serem feitos ao Ministério Público Federal”.
André Ruschi
Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi
Aracruz, Santa Cruz, ES


OLHEM POR MINAS GERAIS - BRASIL.


Refugiados da lama instalados em abrigo improvisado.



Publicação no Facebook - Brasil.

VITÍMAS DA BRUTALIDADE PRATICADA CONTRA O POVO.




Publicação no Facebook - Brasil
 Pessoa morta no Rio Doce - Mariana - Minas Gerais - Brasil.

 
Criança morta em uma praia do mar Mediterrãneo, vitíma do naufrágio com fugitivos das atrocidades registradas no Oriente Médio.

QUAL É A DIFERENÇA? ALGUÉM PODE ME EXPLICAR?

domingo, 15 de novembro de 2015

TRAGÉDIA EM MARIANA - O rio Amargo que corre para o mar

Sustentabilidade
Tragédia em Mariana
O rio Amargo que corre para o mar
Rio Doce poderá levar décadas para se recuperar, mas forças poderosas se unem para minimizar o papel da Samarco na tragédia em Mariana (MG)
No dia 6 de novembro uma represa de dejetos de mineração se rompeu em Bento Rodrigues, na cidade de Mariana. Seis mortos, 21 desaparecidos, centenas de casas destruídas e quase uma semana depois nenhuma autoridade de primeiro escalão do Governo Federal se pronunciou a respeito.
A assessoria do Ministério do Meio Ambiente disse que a ministra Izabella Teixeira, está esperando relatórios do presidente da Agência Nacional de Água, Vicente Andreu Guillo e da presidente do Ibama, Marilene Ramos que viajam nesta quarta-feira para a região. Do Palácio do Planalto nenhum ruído, nem para anunciar um possível apoio do Programa Minha Casa Minha Vida aos desabrigados, ou coisa semelhante.
A empresa responsável pelo desastre é a Samarco, uma joint venture entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que veio a público com os protocolares discursos sobre as medidas que prevenção que são tomadas, mas que há sempre elementos de imprevisibilidade, que está apoiando os desabrigados etc, etc... Tudo o que uma boa assessoria de comunicação em gestão de crises manda fazer.
O jornalista Alceu Luís Castilho, em seu blogno site Outras Palavras, fez uma lista de quem são os controladores das empresas envolvidas, uma parte importante do PIB brasileiro e mundial. Talvez por isso, em tempos de crise econômica, se está esquecendo a amplitude política desse desastre que atravessou parte de Minas, todo o Espírito Santo e vai desembocar no Oceano Atlântico.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Altamir Rôso, disse que a empresa “também é uma vítima” e acrescentou em entrevista ao site mineiro Hoje em Dia que “fiscalizar esse tipo de empreendimento não deveria ser função do Estado, que isso poderia ser passado para a iniciativa privada”. Declaração tão surpreendente quanto o fato de o governador Fernando Pimentel ter utilizado uma instalação da Samarco para montar uma coletiva de imprensa.
Outro elemento dessa ópera bufa que está tornando amargo o rio Doce, já expurgado da razão social da Vale, é a preocupação do prefeito de Mariana, Duarte Júnior, que no último dia 9 já demonstrava preocupação em relação ao futuro da empresa em sua cidade, já que a mineração responderia por 80% da arrecadação do município.
Do ponto de vista técnico, não há dúvidas sobre o imenso trabalho que está sendo realizado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e pelas equipes de Defesa Civil, além de voluntários de toda ordem, que oferecem trabalho e donativos. Mas o que está em questão é a atitude (ou falta dela) política. Nessa hora os principais atores do Governo Federal, diga-se a presidente Dilma, já deveriam estar na região e mobilizando esforços para apoiar a sociedade. A empresa, ora a empresa, essa que se vire com os técnicos e com o Ministério Público.
O governo acionou seus canais burocráticos enquanto a população de Bento Rodrigues sangra.
No final tudo se esvai no esquecimento, inclusive que está em tramitação no Congresso Federal o novo Código de Mineração, PL 5807/2013, que dá à união 12% dos royalties do setor, 23% aos governos estaduais e 65% do dinheiro aos municípios. Como já dizia um famoso delator: “siga o dinheiro”.
PEIXES MORTOS NO LEITO DO RIO DOCE: MORADORES E PESCADORES RELATAM CENÁRIO DE HORROR AO LONGO DO SEU CURSO (FOTO: ASSOCIAÇÃO DOS PESCADORES E AMIGOS DO RIO DOCE)


TRAGÉDIA NO RIO DOCE - (in memorian) - MINAS GERAIS - ESPÍRITO SANTO - BRASIL

fotos; Ecosurf, Janaúba Minas Gerais,


Ecosurf· 


SURF PODE SER IMPEDIDO DE SER PRATICADO NO LITORAL CAPIXABA

CRIME CONTRA A VIDA, CRIME CONTRA OS OCEANOS


São assustadoras as notícias sobre os danos socioambientais que a lama da 
#Samarco irá causar no litoral capixaba.

Cerca de 62 milhões de metros cúbicos de lama vazaram na ruptura das barragens. As próximas enchentes irão trazer toda essa lama para o mar.

O rio Doce irá lançar a lama a mais de 7 km mar adentro e as correntes marítimas do litoral, no chamado Giro de Vitória, e irá levar essa lama no fundo do mar até a capital.

Para se ter uma ideia, Imagine 62 milhões de caixas d'água de 1x1x1 metro espalhadas por todo litoral de Regência até Vitória, com as ondas levando essa lama para a praia. Algo inimaginável irá acontecer por toda essa região.

Se a lama se concentrar numa faixa de 10km de largura do litoral, teremos lama espalhada por 6.200 km do nosso litoral, o que significa todo o litoral brasileiro.

Como irá se concentrar mais na área da foz do rio Doce até Vitória devido o Giro de Vitória, isso nos indica uma consequência assustadora.


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

DESASTRE NO VALE DO RIO DOCE - MINAS GERAIS - BRASIL.


As fotos são da fotógrafa ELVIRA NASCIMENTO. Moradora do Vale do Aço  - Minas Gerais.

A fotógrafa Elvira Nascimento vive no Vale do Aço, em Minas Gerais, e fez fotos impressionantes do impacto da passagem da lama de rejeitos da Samarco pelo Rio Doce. As fotos foram feitas entre as cidades de Coronel Fabriciano e Marliéria, nas regiões de Ponte Queimada, Ponte Perdida e Ponte Metálica.
Nas fotos é possível observar a textura da água, além de vários peixes mortos. "Encontramos muitos animais mortos, muitos peixes às margens do rio. É uma tristeza sem fim, porque para a gente o rio está morto", sentencia a fotógrafa.
Elvira contou que atua há algum tempo junto a um grupo que se movimenta em favor do rio por conta da seca, o que torna o fato ainda mais preocupante na opinião da fotógrafa. "É uma água fétida, morta. Falar que não vai causar dano não existe. O rio está seguindo seu curso e matando tudo por onde passa. Em breve chega também ao Espírito Santo", diz.
As fotos de Elvira foram tiradas mais de 24 horas depois da tragédia e cerca de 200 km rio abaixo. 

DESASTRE EM MARIANA - MINAS GERAIS - BRASIL

Sustentabilidade
Tragédia em Mariana
O rio Amargo que corre para o mar
Rio Doce poderá levar décadas para se recuperar, mas forças poderosas se unem para minimizar o papel da Samarco na tragédia em Mariana (MG)
No dia 6 de novembro uma represa de dejetos de mineração se rompeu em Bento Rodrigues, na cidade de Mariana. Seis mortos, 21 desaparecidos, centenas de casas destruídas e quase uma semana depois nenhuma autoridade de primeiro escalão do Governo Federal se pronunciou a respeito.
A assessoria do Ministério do Meio Ambiente disse que a ministra Izabella Teixeira, está esperando relatórios do presidente da Agência Nacional de Água, Vicente Andreu Guillo e da presidente do Ibama, Marilene Ramos que viajam nesta quarta-feira para a região. Do Palácio do Planalto nenhum ruído, nem para anunciar um possível apoio do Programa Minha Casa Minha Vida aos desabrigados, ou coisa semelhante.
A empresa responsável pelo desastre é a Samarco, uma joint venture entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que veio a público com os protocolares discursos sobre as medidas que prevenção que são tomadas, mas que há sempre elementos de imprevisibilidade, que está apoiando os desabrigados etc, etc... Tudo o que uma boa assessoria de comunicação em gestão de crises manda fazer.
O jornalista Alceu Luís Castilho, em seu blogno site Outras Palavras, fez uma lista de quem são os controladores das empresas envolvidas, uma parte importante do PIB brasileiro e mundial. Talvez por isso, em tempos de crise econômica, se está esquecendo a amplitude política desse desastre que atravessou parte de Minas, todo o Espírito Santo e vai desembocar no Oceano Atlântico.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Altamir Rôso, disse que a empresa “também é uma vítima” e acrescentou em entrevista ao site mineiro Hoje em Dia que “fiscalizar esse tipo de empreendimento não deveria ser função do Estado, que isso poderia ser passado para a iniciativa privada”. Declaração tão surpreendente quanto o fato de o governador Fernando Pimentel ter utilizado uma instalação da Samarco para montar uma coletiva de imprensa.
Outro elemento dessa ópera bufa que está tornando amargo o rio Doce, já expurgado da razão social da Vale, é a preocupação do prefeito de Mariana, Duarte Júnior, que no último dia 9 já demonstrava preocupação em relação ao futuro da empresa em sua cidade, já que a mineração responderia por 80% da arrecadação do município.
Do ponto de vista técnico, não há dúvidas sobre o imenso trabalho que está sendo realizado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e pelas equipes de Defesa Civil, além de voluntários de toda ordem, que oferecem trabalho e donativos. Mas o que está em questão é a atitude (ou falta dela) política. Nessa hora os principais atores do Governo Federal, diga-se a presidente Dilma, já deveriam estar na região e mobilizando esforços para apoiar a sociedade. A empresa, ora a empresa, essa que se vire com os técnicos e com o Ministério Público.
O governo acionou seus canais burocráticos enquanto a população de Bento Rodrigues sangra.
No final tudo se esvai no esquecimento, inclusive que está em tramitação no Congresso Federal o novo Código de Mineração, PL 5807/2013, que dá à união 12% dos royalties do setor, 23% aos governos estaduais e 65% do dinheiro aos municípios. Como já dizia um famoso delator: “siga o dinheiro”.