terça-feira, 30 de maio de 2017

VEADEIRO NACIONAL - Grupo 08 - Raças Brasileiras

VEADEIRO NACIONAL - Grupo 08 - Raças Brasileiras
Grupo 08 de raças brasileiras.   Padrão elaborado pelos cinófilos e estudiosos da raça Ubaldo Péricles Rodrigues da Fonte e  Danilo Felipe
 Histórico:o Nacional é a raça colonial brasileira de caça, sobretudo ao veado, animal muito comum no Brasil outrora e hoje raro em algumas regiões. A raça é nativa do Sudeste e Cento-Oeste, mas, também pode ser encontrada em algumas regiões do Nordeste, Norte e Sul do Brasil. Sua origem data provavelmente da chegada dos primeiros europeus em solo brasileiro no século XVI.  Uma forte linha sobre sua provável origem acredita que ao perceber a grande quantidade de cervos de diversas espécies, o colonizador europeu sentiu a necessidade de importar da Europa cães veadeiros ibéricos que logo foram cruzados com os cães aqui já existentes, trazidos pelos pioneiros portugueses e franceses, que também já haviam acasalado seus animais com o intuito de aclimatação, com os cães primitivos, utilizados na caça pelos ameríndios tupis e tapuias ha milênios. Os acasalamentos empíricos voltados para à caça, durante séculos, mesclando diversas raças caninas: galgos, podengos, sabujos, bracos, alanos e cães primitivos, indígenas, com predominância nestes cruzamentos de galgos e podengos, gerou um cão singular e imbatível na caça ao cervo, o Veadeiro Nacional. No século XX, mais pronunciadamente após a década de 80, sua criação declinou e a raça quase desapareceu, principalmente devido aos cruzamentos com cães da raça Fox Hound e a proibição da caça em território brasileiro. O Nacional é, provavelmente, a raça de cão mais antiga do Brasil. Hoje exemplares dessa raça brasileira estão sendo bem empregados na caça ao Javali, com relativo êxito, tendo em vista que para a modalidade citada uma agressividade moderada é benéfica e esta não se encontra no veadeiro nacional, que na caça ao cervo valia-se de sentidos comumente chamados pelos antigos caçadores de “esperteza”, não apresentando agressividade.
 Características gerais: cão atlético, com aspecto leve, elegante, gracioso, com membros longos, de caráter nobre, ar de dignidade, de olhar penetrante, de aspecto único e original, típico cão de caça veloz dos tempos coloniais e imperial do país. O animal deve apresentar um aspecto que demonstre rusticidade e grande resistência física, sendo, muitas vezes, tímido e não permitindo a aproximação, em muitos casos até mesmo de seu dono (quando criado livre em áreas rurais sem receber mimos do proprietário). A voz dever ser como a dos podengos, voz rouca é encontrada em alguns exemplares, mas não é desejada.
Temperamento: Cão alerta, enérgico na caça e podendo oscilar de amigável ao desconfiado com os proprietários, dependendo do modo como é criado, entretanto, arredio com estranhos, não aceitando aproximações de pessoas que não convive, sem, contudo, ser agressivo. Animal típico de caça com grande instinto venatório, caça valendo-se de muitos sentidos e não predominantemente do olfato, como os sabujos, embora utilize o faro e o possua bastante aguçado. Não é um cão agressivo com as pessoas, outros cães e até mesmo com animais, sendo que na caça geralmente pratica a acuação e não o agarre (exceto em casos de caças de pequeno até mediano porte).
Cabeça: (aparência geral): É longa, seca e pouco larga entre as orelhas, afinando gradualmente aos poucos até a trufa, desejando-se a proeminência occipital. Os zigomas são pouco salientes. Ausência de sobra de pele (rugas, barbelas e pálpebras caídas) . Ausência quase total de stop entre o focinho e o crânio.
 Crânio: estreito e longo, desejando-se proeminência occiptal e admitindo-se proeminência da crista frontal, não sendo a presença ou ausência desta de caráter muito relevante.
Focinho: É longo e fino, em formato de cone, afinando em direção ao nariz, que é pontudo. Deseja-se que o focinho tenha o mesmo comprimento do crânio, podendo ser mais longo e admitindo-se nele um comprimento até 20% menor que o do crânio. Os lábios, tanto superiores como inferiores, são finos e aderidos à mandíbula/maxila, nunca pendentes. A trufa é negra ou marrom.
Mordedura: A mordedura deve ser em tesoura, prognatismo é desclassificatório, admitindo-se mordedura em pinça. O encaixe perfeito dos dentes incisivos superiores a frente dos inferiores é de se esperar. A boca do cão Nacional deve possuir 42 dentes na fase adulta.
Olhos: São oblíquos e com uma expressão oriental (o chamado olho de japonês). A cor dos olhos varia de acordo com a pelagem, mas deseja-se o castanho escuro.
Orelhas: Podem ser em rosa, semieretas, eretas ou tombadas, de tamanho moderado e finas, sendo de flexibilidade moderada, nunca devem ser excessivamente longas ou exageradamente grandes e largas como nos cães do tipo sabujo, sempre portadas no ponto mais alto da cabeça.
Pescoço: Liso, sem barbelas, levemente curvado na parte superior, longo.
Tronco: Visto de perfil tem formato retangular, típico de um cão corredor.  O cão visto de frente nunca deve parecer muito largo ou estreito em excesso, sendo um cão alto e harmonioso. O corpo é musculoso, magro, sem gorduras aparentes, porém nunca é excessivamente magro como um galgo de corrida.
Dorso: longo e largo, muitas vezes deixando notar ao olho as extremidades superiores das vértebras .
Lombo: Musculoso, podendo ser reto ou ligeiramente arqueado (convexo), também deixando mostrar as extremidades superiores das vértebras lombares.
Garupa: Inclinada, desejando-se a proeminência do íleo.
Peito: Ligeiramente profundo.
Costela: Profundas, arqueadas, formando uma caixa toráxica ampla.
Flancos: esgalgados
Cauda: A cauda deve ser longa ou curta de nascimento (o bob tail).  Fina, com pelos curtos ou enpenachada. Quando o cão está em alerta pode levantar sua cauda acima da linha superior, mas, nunca enrolada sobre o dorso ou muito curvada.
Membros:
Anteriores: Não virados nem para dentro nem para fora, longos e esbeltos, sem ossatura exageradamente grossa que dificulte a corrida e a resistência física ou exageradamente finos que predisponha à fraturas. Ombros oblíquos e musculosos, sem excesso. Cotovelos livres, colocados logo abaixo dos ombros. Metacarpos de tamanho moderado com patas de tamanho moderado.
Posteriores:  Coxas e pernas longas e musculosas, demonstrando poder de propulsão.Jarretes angulados, não virados nem para dentro nem para fora. Metatarsos de tamanho moderado, com a pele que o reveste bem aderida. Deseja-se que as patas sejam de comprimento moderado a longo (pé de lebre), com dedos compactos, bem arqueados e com fortes almofadas, com unhas preferencialmente negras.
Altura: na cernelha os machos devem medir entre 58 cm e 67 cm e as fêmeas entre 54 cm a 65 cm.
Peso: entre 19 kg e 28 kg
Pelagem: curta, podendo ser a cauda empenachada, aderida ao corpo e áspera ao toque. A cor predominante é o baio e suas variações de tons, desde os mais claros até os vermelhos que permitem uma camuflagem perfeita ao solo argiloso brasileiro. Contudo, existem cães da raça Veadeiro Nacional com pelagens malhada, tigrada ou tricolor. As cores dos olhos e trufa variam de acordo com a pelagem.
Observações: os machos devem portar os testículos acomodados no saco escrotal;araça é sujeita à prova de trabalho para homologação de título de campeão, sendo o cão avaliado em provas elaboradas por futuras associações de criadores ou dando o proprietário provas da eficiência do animal no trabalho.


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