Canários Fator Vermelho
http://www.canariosbelga.com.br/
Tanto se especula em relação à coloração dos canários com fator,
especialmente os de linha clara, e são tantas as consultas em busca de um
segredo, que terminou motivando esse texto. Longe de almejar ser definitivo,
trata-se apenas de relato de experiência na criação desses pássaros e nos
julgamentos, restringindo-se unicamente a aspectos práticos.
A orientação freqüente “Não poupe corante, tem que dar direitinho”, deve
ser traduzida como ter muito cuidado na sua administração e realmente não fazer
qualquer economia indevida que possa prejudicar o resultado final.
Porém, apenas isso não garante a nenhum criador bons resultados, sendo a boa coloração um soma de fatores: dosagem correta de corante + alimentação balanceada + seleção rigorosa.
Porém, apenas isso não garante a nenhum criador bons resultados, sendo a boa coloração um soma de fatores: dosagem correta de corante + alimentação balanceada + seleção rigorosa.
Considerando que os pássaros devam ter à sua disposição quantidade de
pigmento suficiente pára que haja saturação na sua capacidade de assimilação e,
assim, possa expressar fenotipicamente o seu potencial genético, é preciso que
seja estabelecida uma metodologia de fornecimento, sob pena de faltar algum dos
elementos fundamentais.
Inicialmente, a dosagem que tenho utilizado, tanto para a linha clara quanto para os melânicos, é de cerca de 8 g de cantaxantina a 10% (Carophyll Red, da Roche ou Lucantín Rojo, da Basf, p. ex.) para cada kg de farinhada pronta, diariamente, até o concurso. Há criadores que utilizam dosagens maiores ou menores, dependendo da fase do pássaro, mas tal prática é muito difícil para a maioria dos criadores. Então, padronizar parece ser a melhor opção.
Inicialmente, a dosagem que tenho utilizado, tanto para a linha clara quanto para os melânicos, é de cerca de 8 g de cantaxantina a 10% (Carophyll Red, da Roche ou Lucantín Rojo, da Basf, p. ex.) para cada kg de farinhada pronta, diariamente, até o concurso. Há criadores que utilizam dosagens maiores ou menores, dependendo da fase do pássaro, mas tal prática é muito difícil para a maioria dos criadores. Então, padronizar parece ser a melhor opção.
É importantíssimo que uma dosagem padrão seja mantida, pois evitará que
haja variação na coloração do plantel, o que atrapalhará a seleção. Como saber
se determinado pássaro não possui uma boa cor ou se está mal colorido? Simples:
certificar-se de que todos consumam o pigmento de modo homogêneo.
Não raro se vê criadores que acasalam pássaros deficientes de lipocromo com a justificativa de que “é filho de um canário campeão e deve ter comido pouco corante…” Na dúvida, descarte. Exceção, lógico, são os adultos, que já foram selecionados quando filhotes.
Não raro se vê criadores que acasalam pássaros deficientes de lipocromo com a justificativa de que “é filho de um canário campeão e deve ter comido pouco corante…” Na dúvida, descarte. Exceção, lógico, são os adultos, que já foram selecionados quando filhotes.
Outro fator que deve ser levado em conta é a qualidade do produto utilizado,
sendo importantíssima a seriedade do fornecedor, pois os corantes são
facilmente degradáveis e a exposição à luz, ao calor e à umidade os afetam
profundamente. Por esse motivo, não são observados bons resultados com a
pré-mistura de corante na farinhada para posterior utilização. Sempre se deve
adicioná-lo na hora do consumo.
Na papinha dada aos filhotes de ninho é mantida essa mesma dosagem, o
que evitará que se tenha que arrancar as penas longas, que já estarão bem
coloridas.
O segundo fator é a alimentação balanceada, pois um pássaro mal
alimentado nunca conseguirá disponibilizar corretamente o lipocromo em sua
plumagem. A plumagem é construída de acordo com os nutrientes disponibilizados,
e, assim, um aporte correto de minerais, vitaminas e aminoácidos na hora da
muda é de suma importância.
Quanto ao uso do óleo na farinhada, na época da muda, sem querer gerar
polêmica, é fundamental, justamente como veículo para melhor absorção e
disponibilização do pigmento. Preferencialmente, utilizar o de girassol e o de
soja, pelos níveis, principalmente, de vitamina “E”, antioxidante, no primeiro,
e de metionina, no segundo. Atua também na agregação de maior brilho `a
plumagem.
O uso da mistura de grãos habitual (alpiste, colza, nabão, linhaça,
níger, aveia, etc) não parece interferir na coloração, mas a utilização de
verduras, sim. Também o milho amarelo age negativamente, competindo com o
pigmento vermelho. Para aprofundar esse entendimento, ver a excelente matéria
escrita por João F. Basile da Silva, publicada na Revista Brasil Ornitológico.
O último fator, mas não em ordem de importância, é a seleção rigorosa
dos pássaros de plantel. É somente por ela que poderemos chegar a pássaros que
muito bem atinjam o nível que nós desejamos. Como já foi dito acima, não é
aconselhável acasalar um pássaro (filhote) que não haja apresentado as
condições ideais de coloração, ainda que seja oriundo de uma boa família. Como
saber se a falta de brilho e a falta de cor não são genéticos? Assim, deve-se
preferir pássaros nas suas melhores condições, sempre, o que já será um forte
indício de qualidade e de geração de bons filhotes.
Por fim, uma recomendação que, ainda que de conhecimento da maioria,
merece ser reprisada pela sua importância. Deve ser evitado, para os canários da
linha clara, exposição direta ao sol, por períodos prolongados. O ideal é que
os pássaros não recebam diretamente a luz solar, pois resultará em
amadurecimento precoce da plumagem, com perda na coloração. Por outro lado,
essa exposição resulta em aumento no brilho da plumagem, podendo ser dosada
quando se tem pássaros que precisam “abrir a cor”, ou seja, o amadurecimento
ainda não se deu na época das exposições.
Nos pássaros da linha escura, especialmente nos de melanina negra
(cobres e ágatas), o sol faz com que haja uma melhoria no tipo, prejudicando
pouco a cor de fundo. Nada, porém acrescentará muita qualidade a quem não a
tem. Esses cuidados só farão diferença nos detalhes, possibilitando aos
pássaros de boa qualidade que possam expressar todo o seu potencial.
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