Desinfecção do Criadouro
Autor: João
Francisco Basile da Silva
Fonte: Federação Ornitológica do Brasil
Fonte: Federação Ornitológica do Brasil
Publicado no
site: http://www.canariosbelga.com.br
DESINFECÇÃO GERAL DO CRIADOURO:
Nossas criações são geralmente ambientes fechados e com uma grande população
de canários no seu interior. Com isso, todo cuidado é necessário para evitar o
aparecimento e a propagação de qualquer tipo de doença.
Os desinfetantes são ferramentas fundamentais para evitar esse tipos de
ocorrências.
Devemos usar mais de um tipo de desinfetante para evitar a indução de
resistência nos microorganismos patogênicos. Tenho utilizado na minha criação
os seguintes tipos de desinfetantes: à base de cloro, à base de amônia
quaternária, à base de iodo e Virkon. Com exceção do Virkon, que é uma marca
comercial, para os outros tipos, existem várias marcas comerciais com
diferentes concentrações. Em todos os casos, devemos seguir as orientações dos
fabricantes para sua diluição, modo de aplicação e local de aplicação. Lembro
ainda que para qualquer desinfecção seja eficiente, os objetos e utensílios
devem estar limpos e higienizados, o que deve ser feito com água e sabão.
DESINFECÇÃO PARA O PISO , PAREDES DO
CRIADOURO E GAIOLAS:
Na higienização do piso e paredes do criadouro, lavar com água e sabão.
Após o enxague e secagem, aplicar solução de desinfetante à base de iodo (Biocid
ou similar) seguindo instruções da embalagem.
DESINFECÇÃO PARA OS EQUIPAMENTOS:
Tudo o que é usado na criação, como bebedouros, bacias, poleiros,
peneiras, etc… deve ser desinfetado periodicamente. Por exemplo, uma peneira ou
processador usado no preparo da farinhada, por mais limpa que aparentemente
esteja, contém resíduos ricos em nutrientes que darão origem ao desenvolvimento
das mais diversas bactérias e fungos, devendo, portanto, assim como os demais
utensílios e acessórios, ser desinfetada uma vez por semana. Isso pode ser
feito alternado-se a solução de cloro com a de iodo.
DESINFECÇÃO DOS BEBEDOUROS:
Além da troca diária da água, devem ser desinfetados uma vez por semana,
permanecendo de molho numa solução de água com cloro por 8 horas, na seguinte
proporção: cloro líquido 10 ml / 5 l de água – cloro em pó (granulado) 1 g / 10
l de água. Para tal procedimento, é necessário se ter dois jogos de bebedouros.
DESINFECÇÃO DOS POLEIROS:
Deverão ser lavados pelo menos uma vez por mês e colocados numa solução
de cloro por pelo menos 8 horas. Depois da desinfecção, os poleiros deverão ser
enxaguados , pré secados ao sol e secados no forno (normal ou microondas) para
eliminação da umidade concentrada no centro da madeira, que poderia passar para
os pés dos pássaros quando estes permanecerem estáticos durante a noite,
podendo ocasionar o aparecimento de fungos. No microondas o tempo poderá ser de
5 minutos aproximadamente (citado apenas como referência). Tal como os
bebedouros, é necessário um jogo de poleiros de reserva.
DESINFECÇÃO DAS GRADES:
Após lavagem com água e sabão, devem ser imersas em solução de cloro ou
à base de iodo ou amônia quaternária durante 8 horas. Procurar alternar sempre
os 3 produtos.
DESINFECÇÃO DOS NINHOS:
A parte plástica é de fácil desinfecção, procedendo-se como o indicado
para os bebedouros e poleiros e alternando-se os desinfetantes (amônia,cloro e
iodo). O forro (de corda, crochê, etc.), entretanto, é a parte que requer maior
atenção, devendo, após a lavagem normal com água e sabão, ser imerso numa
solução com Virkon ou desinfetante à base de amônia ou de iodo e secagem ao
sol. Não se deve usar cloro. O ideal seria que existissem forros descartáveis.
O saco de estopa, fornecido aos pássaros para a feitura dos ninhos,
também deve ser desinfetado. O melhor método é o da fervura. Após a secagem,
passar a ferro para facilitar no momento do corte. Lembramos que os forros de
corda não são aconselháveis devido à difícil limpeza e desinfecção total. Toda
vez que o forro for colocado, deverá ser polvilhado com K-OTHRINE pó ou
pulverizado com Kill-Red para evitar o aparecimento de piolho.
HIGIÊNE PESSOAL:
Para a lavagem das mãos recomenda-se o sabonete de limpeza PROTEX, que é
bactericida. A limpeza das mãos, membros, sola do sapato, etc… são
fundamentais, principalmente após a manipulação de pássaros doentes ou mortos,
visitas a outros criadouros e exposições de animais, etc. Isso deve ser feito
com uma solução de Virkon .Isolar imediatamente os pássaros doentes ou
irrecuperáveis é obrigatório.Os pássaros doentes devem ser tratados fora do
ambiente do criadouro e só retornar após completamente curados. Outro
inconveniente, notado em alguns criadouros, é a colocação de embalagens de ovos
de galinha nas proximidades dos pássaros. Essas embalagens poderão, na maioria
das vezes ser veículos de bactérias, e outros microorganismos indesejáveis.
OVOS:
Deverão ser cozidos por 20 minutos para que se livrem totalmente de possíveis
bactérias. As cascas serão de grande valia para o fornecimento de cálcio para
os pássaros e podem ser administrados após trituração e mistura com areia
esterilizada. Após a manipulação dos ovos crus, as mãos devem ser desinfetadas
como descrito acima.
VAZIO SANITÁRIO:
Consiste na desinfecção do criadouro uma vez por ano, retirando todos os
canários do local, desinfetando-se todas as gaiolas e utensílios e mantendo o
ambiente fechado durante um mês, para quebrar o ciclo dos microorganismos
eventualmente presentes. Este é um procedimento de difícil execução, uma vez
que a maioria dos criadores não dispõe de 2 compartimentos para separar os
pássaros.
DESINFECÇÃO DO AMBIENTE:
Pelo menos uma vez por semana o ambiente do criadouro deve ser aspergido
com uma solução de um dos desinfetantes: Virkon ou Amônia quaternária. Para o
Virkon deve ser feita uma solução conforme recomendação do fabricante e
aspergido no ambiente. Vale lembrar que quanto menor o tamanho da gota, melhor
sua eficiência em desinfetar e atingir as partes mais difíceis. Para a amônia
existem produtos comerciais em aerosol como Lysoform Spray e Lisoclin também em
aerosol.
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