domingo, 28 de abril de 2013

JAZZ BOLACHA - A GÊNESE.


O Bolacha, a gênese.


Pois é bolacheiros, lá se vão 59 anos e não se chega a isso sem aquilo ter acontecido, e o aquilo foi uma barraquinha de fogos, a Gênese.
Segundo o mestre bolacheiro Bandinho, no inicio era uma barraca de fogos de propriedade de Sir. Joaquim Moreno, aquele a quem chamavam de Joaquim bigode, pai do nosso querido José Moreno, o popular Zé Milome.
Lembro-me que o velho Carlos Bastos ia para o bolacha encontrar com os amigo e eu ficava perturbado Zé Milome, quando ia comprar fogos. Falamos nisso da ultima vez que estive em Coaraci, Zé disse que eu era um carinha chato pra caramba, mas acho que o chato era ele. Abraços meu amigo Zé.
Sir. Joaquim era um nobre de estatura baixa, cabelo liso e tez morena, e que um dia resolveu colocar uma barraca de fogos mas que também , lá nos fundos da birosca tinha sempre uma cachacinha para os amigos.
Num lindo dia, de inspiração divinal, os amigos Claudionor Leal ( Nôno) e Dorival Mascarenhas resolveram fazer uma visitinha ao amigo Joaquim e a eles foram-lhes oferecido uma pinguinha das boa.
A partir desse momento, os dois amigos passaram a visitar o nobre Joaquim todos os dias e como a propaganda boca a boca é a mais eficiente de todas, eles passaram a levar mais outros parceiros, daí então , eureca! o Sr Dourival teve a ideia genial de compra um tambor. Foi aí que tudo começou. Nôno Leal resolveu levar um cavaquinho e Waldemar Matos (Vavá) o violão logo em seguida incorporou-se ao grupo um violonista de primeira linha, por nome Aguiar e Eldebrando Pires, o nosso Bandinho. Vava tocava e cantava e bandinho só cantava.
Assim que Dorival Mascarenhas resolveu comprar o tambor os amigos começaram a cantar a famosa musica “ Quem não sabe tocar violão nem pistom, toca surdo, tá provado que neste mundo tem bobo pra tudo’. Já imaginaram como seo Dorival ficava quando a turma cantava isso?
Estava formado então o grupo embrionário do Jazz Bolacha que foi incorporando mais e mais membros e que transformou o local em uma grande confraria que permanece viva até hoje.
Como o point era uma barraca de fogos, não tinha tira-gosto para beliscar, então, antes de irem ao encontro de Joaquim bigode os amigos passavam na padaria do senhor “Fala prá ele”, avô de Luiza e Renato de Abdala, pegavam algumas bolachas e seguiam rumo ao paraíso. Bolacha então passou a ser a senha para aqueles ilustres senhores. Quando se encontravam, depois das obrigações diárias cumpridas, iam dizendo, vamos ao bolacha.
Sir Joaquim dizia que não bebia, mas certo dia Dorival Mascarenhas o pegou com a boca na botija, foi um deus nos acuda. O anfitrião retou-se , quis brigar feio. 
Ele não bebia mas vez ou outra ia num cantinho e tomava um gole da marvada e quando saia da barraca estava um pouco alterado pela pinga.
No bolacha era proíbo, terminantemente, o consumo de cerveja daí só se ter a boa pinga para beber.
Se hoje temos o privilegio de conhecer e frequentar esse maravilhoso espaço etílico cultural é porque homens como aqueles nos proporcionaram e Sir Joaquim foi o grande incentivador de tudo.
Nossas homenagens aos bolacheiros fundadores e em especial a Sir Joaquim Moreno. O patrono.

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