Quando retornei dos 59 anos do Bolacha para Salvador, ainda na estrada,
conversava com Luizinho Cunha sobre a idéia de Quinto em convidar o Maurício
Kubrusly (TV Globo) para fazer uma daquelas suas humoradas reportagens sobre o
Jazz Bolacha. Confesso que estava em dúvida sobre o que falar do Bolacha, pois
o que mais nos envolve e motiva no boteco é a parte dos sentimentos: alegria,
companheirismo, saudades e saudosismos, lembranças, causos, verdades, mentiras,
enfim, coisas de valores intangíveis, que nós, BOLACHEIROS DE BOA CEPA, nos
orgulhamos e fazemos questão de enaltecer - e tome pimenta de Ivo nisso. Pois
é, como roteirizar isso? Aí Luizinho, enfático, me disse: mas dá Rui! E aí caí
na (ir)real: é só detonar o cartesiano e partir para o lúdico. Pega Ivo, Zé
Milome, Dr. Eldebrando, China, Nay, Barbosa, Paulo Caninha e
tantos outros do mesmo quilate e tome lembrar dos ícones imortais do passado,
do presente e do futuro, manda aí as estórias, o jeito, o material de
construção, a arquitetura perfeita do barraco (lembra a Torre de Pisa -
tortinho), as “fôia-pôde” dentre elas a famosa "coligação", os
tiragostos arrumados na hora, a cerveja remotamente gelada, as restaurações de
tinta hidrocor, o chão batido, o painel de fotos aleatórias, a generosidade
espacial para os poetas, os artigos, as notícias presas de qualquer jeito, os
acordes que varam os tempos de Dilermando aos talentosos Nay, Walmir, Roger,
Ícaro, Anderson e tantos outros de hoje e do futuro, pegue tudo isso sob a
batuta do Mestre Ivo Bolacheiro e encha o caderno de Kubrusly. Quinto, veinho,
vai arrebentar...
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