sexta-feira, 3 de maio de 2013

JAZZ BOLACHA - Pedro Rui Barbosa.



Quando retornei dos 59 anos do Bolacha para Salvador, ainda na estrada, conversava com Luizinho Cunha sobre a idéia de Quinto em convidar o Maurício Kubrusly (TV Globo) para fazer uma daquelas suas humoradas reportagens sobre o Jazz Bolacha. Confesso que estava em dúvida sobre o que falar do Bolacha, pois o que mais nos envolve e motiva no boteco é a parte dos sentimentos: alegria, companheirismo, saudades e saudosismos, lembranças, causos, verdades, mentiras, enfim, coisas de valores intangíveis, que nós, BOLACHEIROS DE BOA CEPA, nos orgulhamos e fazemos questão de enaltecer - e tome pimenta de Ivo nisso. Pois é, como roteirizar isso? Aí Luizinho, enfático, me disse: mas dá Rui! E aí caí na (ir)real: é só detonar o cartesiano e partir para o lúdico. Pega Ivo, Zé Milome, Dr. Eldebrando, China, Nay, Barbosa, Paulo Caninha e tantos outros do mesmo quilate e tome lembrar dos ícones imortais do passado, do presente e do futuro, manda aí as estórias, o jeito, o material de construção, a arquitetura perfeita do barraco (lembra a Torre de Pisa - tortinho), as “fôia-pôde” dentre elas a famosa "coligação", os tiragostos arrumados na hora, a cerveja remotamente gelada, as restaurações de tinta hidrocor, o chão batido, o painel de fotos aleatórias, a generosidade espacial para os poetas, os artigos, as notícias presas de qualquer jeito, os acordes que varam os tempos de Dilermando aos talentosos Nay, Walmir, Roger, Ícaro, Anderson e tantos outros de hoje e do futuro, pegue tudo isso sob a batuta do Mestre Ivo Bolacheiro e encha o caderno de Kubrusly. Quinto, veinho, vai arrebentar...

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