sexta-feira, 31 de maio de 2013

Pelagens e Resenha dos Equinos - 8ª parte.

Pelagens e Resenha dos Equinos

Aula e texto produzido por Patrícia Stacholski Ribeiro como atividade da monitoria da disciplina de Equideocultura (AZ 046) -


 Raças que possuem a pelagem como característica marcante:


Formação de algumas pelagens


TORDILHOS

          Os cavalos tordilhos nascem com qualquer cor de pelagem. Com poucos dias já pode ser notado alguns pelos brancos no corpo, em especial em torno dos olhos e na região da cabeça. Com o passar do tempo, a pelagem de todo o corpo vai dando lugar a pelos brancos até o animal se tornar totalmente branco. O gene responsável pelo tordilhamento é o gene G. Este gene se manifesta de maneira dominante, ou seja, se o cavalo recebeu apenas um G de qualquer um dos pais, este animal será tordilho. O gene G é também dominante em relação a todos os outros genes. Portanto, cavalos tordilhos poderão ser GG ou Gg. Cavalos gg serão “coloridos” e sua cor dependerá da composição dos demais genes. Nos primeiros dias de vida de um animal tordilho, podemos perceber qual seria a cor da pelagem caso este gene não se manifestasse.
        Um cavalo GG sempre produzirá filhos tordilhos, visto que obrigatoriamente seus filhos terão um G oriundo do mesmo. Um animal tordilho sempre terá ao menos como um dos pais um animal tordilho, porém dois cavalos tordilhos poderão ter filhos coloridos. Neste caso, os pais seriam obrigatoriamente Gg e ambos transmitiriam o g aos seus filhos coloridos. Dois cavalos “coloridos” sempre terão filhos coloridos. Cavalos tordilhos têm seu genótipo representado por G_, onde o traço representa a indiferença do segundo gene do par.
        Cavalos tordilhos: G_ _ _ _ _
        Cavalos coloridos: gg _ _ _ _


 

PRETOS, CASTANHOS E ALAZÕES

        Temos nestas cores a influência dos genes B e A. Os genes B e A são dominantes sobre seus alelos b e a. O gene B determina a existência de pigmento preto em alguma parte do corpo do cavalo e o gene A é responsável pela distribuição deste pigmento preto. Se o animal for recessivo para B, ou seja, bb, este cavalo não terá pigmento preto e será um cavalo da cor alazã. O alazão apresenta cor laranja avermelhada em todo o corpo, podendo a cauda e crina ser um pouco mais claras. Note que não importa como o gene A estaria se manifestando, já que é responsável apenas pela distribuição da pelagem preta.
      O gene A determina a distribuição da pelagem preta apenas para a crina, cauda e extremidades dos membros. Portanto, cavalos B_A_ , têm pigmento preto que é distribuído para as extremidades, e o restante do corpo de cor avermelhada, sendo estes animais chamados castanhos. Para que o cavalo seja preto, deveria possuir ao menos um gene B e ser recessivo para o gene A.         Não haveria desta maneira, a distribuição da pelagem preta para as extremidades, e esta ficaria de coloração preta uniforme por todo o corpo. Por experiência própria, é possível identificar apenas pelo fenótipo, os animais castanhos homozigotos e heterozigotos para o gene A. Castanhos heterozigotos Aa apresentam marcações mais escuras pelo corpo, em especial na tábua do pescoço. São comumente chamados de zainos. Castanhos homozigotos AA apresentam tonalidade de vermelho mais uniforme e claro pelocorpo.
    Cavalospretos : gg B_aa
    Cavalos castanhos : gg B_A_
    Cavalos alazões : gg bb_ _


PALOMINOS, BAIOS AMARELOS ISABÉiS

      O gene Cr é responsável por tais colorações. Ele manifesta-se de maneira quantitativa, ou seja, com a presença de um gene Cr o cavalo terá um fenótipo e com dois terá outro. O gene Cr é responsável pela diluição da cor da pelagem. Com apenas um gene Cr, todas as partes de coloração avermelhada terão uma diluição para uma tonalidade mais amarelada. É o caso dos palominos e dos baios amarelos. No caso dos Baios Amarelos, a crina, cauda e extremidades de membros mantêm-se pretas já que apenas um gene Cr irá diluir apenas a coloração avermelhada do corpo, mas não a preta. Será um cavalo amarelado de extremidades pretas.
     Os palominos não apresentam coloração preta na pelagem e, por isso, além da coloração amarelada do corpo, manifestam uma diluição da cor da crina e cauda em tonalidade de amarelo muito claro tendendo ao branco. Com a presença de CrCr, há diluição tanto da pelagem vermelha, quanto da pelagem preta para uma coloração pérola. Além disto, há também mudança na cor dos olhos, que são azuis e de suas mucosas que são róseas. Este cavalo é chamado de Isabel. Muito comumente alguns criadores chamam de isabéis todos os animais que apresentam os olhos azuis e as mucosas róseas.
     Na verdade, alguns destes animais são tordilhos, mas realmente é de difícil visualização a presença de alguns pelos brancos em meio à pelagem perolizada. Isto só poderá ser confirmado pela genealogia ou progênie. Mesmo nos animais pretos, onde teoricamente não deveria ocorrer mudança de cor na presença de um gene Cr, estes ficam de cor “chocolate”, que apesar de não constarem oficialmente como nome de cor de pelagem, faço uso para diferenciar do preto comum. Em minha opinião, visto que genótipo e fenótipo são diferentes, estas colorações de pelagem também deveriam ter denominações diferentes.
Cavalos baios amarelos: gg B_ A_ CrCr
Cavalos palominos : gg bb _ _ Crcr
Cavalos pretos “chocolate” : gg B_a_ Crcr
Cavalos isabéis : gg _ _ _ _ CrCr


 
BAIOS, LOBUNOS

     Existe outra coloração a qual chamamos de baia, mas que tem origem em outro par de genes. Esta coloração é determinada pelo gene D. O gene D manifesta-se de maneira dominante, não importando se o cavalo apresenta um ou dois genes deste tipo para que se determine a sua coloração.
    A pelagem também sofre diluição, mas desta vez, tanto a pelagem preta como a vermelha. A cabeça e extremidades destes animais permanecem de coloração mais escura e há presença de risca de burro no dorso e zebrura nas patas. Nos cavalos de Sorraia é que esta coloração é mais evidenciada. São também chamados de “lobunos” ou de cor “cinza rato”, no caso dos pretos diluídos e “argila” no caso de alazões.
    Cavalos lobunos : gg B_ aa crcr D_
    Cavalos baios : gg B_ A_ crcr D_
    Cavalos argilas : gg bb _ _ crcr D_




Referências bibliográficas


Titulo: O cavalo: Raças, qualidades e defeitos
Autor: Diogo Branco Ribeiro
Editora Globo -1988

Titulo: O cavalo de sela Brasileiro e outros eqüídeos
Autor: Ricardo de Figueiredo Santos
J.M Varela editores ;Botucatu -1981

Titulo: Genética e criação de cavalos
Autor: William E. Jones
Editora: Roca; São Paulo-1987

Páginas da internet:






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