04/08/2015
Aprenda a escolher o melhor tipo de
capim para o seu equino.
É possível oferecer ao cavalo uma
grande variedade de alimento volumoso que ele, se adaptado, irá aproveitar bem
os nutrientes
Os equinos são pela sua natureza e
evolução de animais herbívoros, isto é, têm como alimentação fundamental
volumoso, que pode ser de origem de gramíneas ou leguminosas.
Esse volumoso deve ser fornecido
relativamente à vontade, deve ser de boa qualidade e adequado às necessidades
da categoria a que o animal pertença, quer seja manutenção, crescimento,
reprodução ou trabalho.
Cavalos que evoluíram em regiões com
pouca qualidade e variedade de volumosos podem se adaptar à ingestão de
alimentos lenhosos, de baixa qualidade nutritiva. Da mesma forma, os cavalos
pantaneiros se adaptaram à ingestão de ervas submersas, tendo a capacidade de
capturar e aproveitar os alimentos que ficam boa parte do ano embaixo d’água,
assim como os cavalos lavradeiro de Roraima, criados a campo em uma região com
grandes alternâncias climáticas, que em determinadas épocas do ano têm sua
alimentação rarefeita.
É possível oferecer ao cavalo uma
grande variedade de alimento volumoso que ele, se adaptado, irá aproveitar bem
os nutrientes. Essa adaptação dá-se através de gerações de animais vivendo na
mesma região e que, para sobreviver, devem se alimentar do que está disponível.
Entretanto, essas formas de alimentação
não são as mais comuns à grande maioria dos equinos do Brasil.
Além disso, as exigências das criações
equinas nos dias de hoje, quando se valoriza animais de grande porte, onde se
deseja um potro com crescimento diferenciado, grande massa muscular, com
elevado potencial para salto, resistência, beleza, etc., obriga-nos a oferecer
ao cavalo alimentos de qualidade superior, pois somente assim nossas exigências
serão cumpridas.
Abaixo alguns exemplos de capins
preferenciais para equinos, mas que devem ser avaliados conforme adaptabilidade
regional descrito pelo veterinário Daniel Souza:
Coast-cross: de excelente palatabilidade, adaptabilidade
em diversas condições, valores adequados de proteína e fibra. De fácil manejo
tanto para pastejo, como para campo de corte. É de implantação mais complicada
por ser o plantio apenas por mudas.
Tifton: Variação do Coast-cross, com excelente
palatabilidade, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de
proteína e fibra. O manejo deve ser mais atento, pois passa do ponto de corte
com mais facilidade que o coast-cross. É de implantação mais complicada por ser
o plantio apenas por mudas.
Jiggs: Variação dos anteriores, com excelente
palatabilidade, adaptabilidade em diversas condições, valores adequados de
proteína e fibra. De fácil manejo, pois possui menos talo, sendo mais difícil
passar do ponto de corte. Produz menos massa por área. É de implantação mais
complicada por ser o plantio apenas por mudas.
Rhodes: Possui ótima palatabilidade, adaptabilidade
variável, bons valores de fibra e proteína. De fácil manejo e implantação, pois
o plantio é por sementes.
Colonião: Variedade mais conhecida dos capins tipo
Panicum, com boa aceitação pelos animais, com proteína mediana. De fácil manejo
e implantação, sendo o plantio por sementes ou mudas.
Aruana: Variedade de menor porte dos capins tipo
Panicum (como Colonião), com ótima aceitação pelos animais, bons valores
nutritivos, com proteína mediana. De fácil manejo e implantação, sendo o
plantio por sementes.
Tanzânia: Variedade de menor porte dos capins tipo
Panicum (como Colonião), porém maior que o aruana, com ótima aceitação pelos
animais, bons valores nutritivos, com proteína mediana. De fácil manejo e
implantação, sendo o plantio por sementes.
Capim Elefante: Nome genérico dos capins de grande porte,
tendo como variedades o napier e cameroum, entre outros. São ótimas opções como
capineira, sendo restrito o uso como pastejo pelo seu porte elevado. Possuem
bons níveis nutritivos, se cortados no ponto certo, entre 1,60 e 2,50 m de
altura. Se a planta estiver com menos de 1,60m de altura, possui teores muito
baixo de fibra, podendo causar diarréia. Se estiver com mais de 2,50m de
altura, possui teores muito elevados de fibra insolúvel, com baixo
aproveitamento dos nutrientes, podendo ainda causar cólicas.
Publicado
por: Tiago Soares
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